– Foi o erro que colocou o mundo em marcha – disse o Mestre. – Jamais tenha medo de errar. (Brida - Paulo Coelho)O equívoco apontado por Paulo Coelho, obviamente, refere-se a Adão e Eva e sua expulsão do paraíso. Um erro
latente, histórico, descomunal, forte o suficiente para mudar a vida do universo e fazer com que épocas inteiras,
religiões inteiras, se baseassem nele.
Grande o bastante, é devido a este erro que estamos todos aqui,
mentindo, sendo hipócritas, irônicos, preconceituosos e esnobes. Mas, principalmente, estamos aqui tentando acertar, em busca de um ideal sobre felicidade, e é tão peculiar da nossa natureza humana termos as
faces do bem e do mal arraigadas em nosso cotidiano.
Para uma pecadora inveterada como eu, o erro é algo constante e, por vezes, prazeroso. Em algumas oportunidades meus amigos equívocos me fizeram sofrer bastante, em outras me fizeram sentir indecente ou não tão boa quanto a minha
pretensão gostaria que eu fosse.
Mas em todas as vezes em que errei, é um fato certo, eu fui melhor, aprendi, revirei a energia monótona ao meu redor em direção a novas vibrações. Em um dado momento cometi um erro tão absurdo para a minha
pequenez quanto o erro dos meus compatriotas bíblicos. Talvez tenha me traumatizado e ainda hoje, anos depois, esteja colhendo as cicatrizes dos meus atos impensados.
Por outro lado, o que seria para ser minha pior lástima, transformou-se em minha
maior vitória. A vida mudou completamente, novos (
e verdadeiros, os falsos não me interessam) amigos, pessoas, lugares, nova coragem, objetivos, sonhos, percepções e circunstâncias.
Como no texto sagrado, foi culpa exclusivamente desse meu erro que toda minha vida ganhou uma
marcha diferente, galopes mais espaçados, ousados, corajosos e, principalmente,
mais fortes.
Espero errar muito mais.