Devido à repercussão (quase cem acessos de um dia para o outro após a postagem) do texto sobre o finlandês, decidi contar a segunda parte da história.
Em primeiro lugar é importante salientar que ele não é irlandês, nem polonês, nem outro ês, é finlandês, nacionalidade proveniente da República da Finlândia. Antes de conhecê-lo nem sabia que esse lugar existia, como todo mundo se referia ao país como a casa do Papai Noel sempre achei que fosse lenda, tipo a Terra do Nunca.
Mas existia. E tinha a história do beijo sem língua. Vocês lembram da mensagem que ele mandou e eu traduzi? Ela falava assim:
“Oi cara, estava na casa da peituda. Ela me beijou com língua, profundamente, brother! Parecia um ventilador! E ela ainda dava gritinhos, porra! (Mentira, galego mentiroso fdp). As brasileiras são beijadoras , hein!”
Acontece que assim que consegui traduzir o texto enviei uma mensagem pra ele:
“T. (não vou dizer o nome dele, claro), consegui traduzir a msg que vc enviou por engano”
Ele respondeu:“HAHAHAHAHA impossível Larissa, é muito difícil,você nunca conseguiria traduzir!”
Doce ilusão. Não sabia ele que eu sou Brasileira, concurseira e nordestina E EU NÃO DESISTO NUNCA!
Então enviei o txt em português! E ele respondeu (sim, era essa agonia enviando mensagem o dia todo que Deus deu – finlandês beijoqueiro sem tongue e desocupado):
“LARISSA, por favor, me perdoe, eu não queria chamar você de peituda! Desculpa!”
Eu – a advogada do diabo - vendo que ele tinha ficado constrangido com a parada da peituda, logo me fiz de vítima:
“NÃO T.! Essa foi demais! Como você teve coragem de me chamar de um termo tão pejorativo! Achava que você tinha mais consideração e respeito pela minha pessoa. Sou uma menina de família e blá blá blá...” – disse todas aquelas besteiras que nós mulheres dizemos quando queremos fazer o cara se sentir mal para conseguir alguma coisa.
Engraçado que o finlandês beijoqueiro falava português. Entretanto, sempre conversávamos em inglês pq eu tinha a impressão que quando falávamos em port. Ele não entendia direito (haja vista que uma vez assistindo juntos a uma entrevista no super pop – por sinal, programa televisivo extremamente didático – com um travesti ele disse ‘que mulher bonita!’ e eu retruquei ‘é um homem, um travesti!’ , então ele não compreendia bem as coisas por aqui). Assim, ele só respondia em um português capenga quando estava ficando nervoso para que eu pudesse entender exatamente aquilo que ele queria dizer. Ele ligou:
“Vou viajar amanhã para a Amazônia, não queria viajar com você BRABA DE MIM. Estou muito CONFUSADO com essa historia de no Brasil poder beijar enfiando a língua, mas não pode chamar de peituda”
“Depois da sua viagem conversaremos” – finalizei o muído das mensagens.
Eis que um mês depois, nem lembrava mais do ocorrido, ele volta de viagem:
_ E aí como foi a viagem? - Achei que ele fosse falar da exuberância da selva amazônica, do exotismo das tribos indígenas, da beleza da flora e da fauna, etc.
_ Jacarés. Tinham muito jacarés. Por onde você olhava você via jacarés. Nunca vi tantos répteis na vida! – Ele respondeu (provavelmente não havia dado uma olhadinha no Açude Velho).
_Que bom! Tirou muitas fotos? – eu e meu floquito por fotos.
_ Dos jacarés sim, demais – pausa – sobre aquilo que aconteceu, você me desculpa?
_ Claro, desde que não se repita novamente.
_Ótimo, assim poderemos continuar beijando enfiando a língua.
E foi assim que o lindo e loiro finlandês aprendeu a beijar, passou três meses postando fotos de jacarés na janelinha de exibição dele do MSN e nunca mais repetiu a palavra PEITUDA na vida.
Aurevoir mes enfants!
Beijocas e Glamour.